Campings, cachoeiras, praias, trilhas, e nenhum sinal de celular! Tudo isso você encontra na Estação Ecológica de Juréia-Itatins (EEJI), localizada ao sul da região da Baixada Santista, litoral do Estado de São Paulo, abrangendo parte dos municípios de Iguape, Itariri, Miracatu e Peruíbe.
Ela cobre uma área de Mata Atlântica de 79.240 hectares, com altitudes que vão desde o nível do mar até 1.240 metros no ponto mais alto. Devido ao alto grau de preservação em que a Serra da Juréia se encontra, esta região possui 2/3 dos últimos 5% de cobertura vegetal primitiva que ainda resta no Estado de São Paulo.
A Estação Ecológica se caracteriza por ser uma Unidade de Conservação de proteção integral que tem como objetivos principais a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. Mas ela pode ser explorada por qualquer pessoa que busca um destino preservado, longe dos centros urbanos e perto da natureza!
Veja a seguir todos os detalhes para conhecer esta maravilhosa região:
Como chegar à Estação Ecológica Juréia-Itatins
Para chegar lá, é necessário pegar a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (BR-101 / SP-055), sentido Peruíbe, e pegar a saída no Km 352 (GPS: -24.294073, -47.033350). Por ali, chega-se até o centro comercial de Peruíbe.
SUGESTÃO: Estacione no Supermercado Extra (GPS: -24.319773, -46.995405) para fazer compras de mantimentos. Saque de dinheiro, pois há poucos lugares na Juréia que aceitam cartão. Há um posto BR na esquina, então aproveite para abastecer enchendo o tanque com combustível (e galões de emergência), já que não existem postos na Juréia.
Depois, siga pela Av. Padre Anchieta (sentido sudoeste) até encontrar uma placa indicativa: Portinho, Lama Negra e Praia do Centro. Então, então vire à direita e logo depois à esquerda. No caminho, já se pode avistar a montanha da Juréia ao fundo. Passando a ponte, siga a Rua Dr. Dalmar da Costa até o fim, vire à esquerda, e imediatamente à direita você avistará o portal de entrada da região da Juréia. Há um guichê de informações onde se pode pegar dicas sobre o local (GPS: -24.333810, -47.005579).
Uma linda estradinha estreita e sinuosa cercada de Mata Atlântica irá te levar ao coração da Juréia. Dirija com cautela, pois há curvas traiçoeiras. A estrada é asfaltada até o bairro do Guaraú, que é urbanizado.
DICA: Eu começaria a aventura da Juréia no ponto mais remoto, ou seja, a Barra do Una. Por alguns motivos: você está de tanque cheio, com dinheiro e com mais mantimentos. Deixe o Guaraú para quando os mantimentos estiverem no fim.
Portanto, ao chegar ao bairro do Guaraú, numa minúscula rotatória, vire à direita e logo mais já começa a estradinha de terra até a Barra do Una.
Percorra toda a estrada com cautela e sem pressa. Essa estrada é cheia de cascalho, pedras e há trechos de lama após chuvas. As árvores dão um aspecto lindíssimo por todo o caminho, mas também impedem o sol de secar a lama, o que torna a estrada escorregadia em vários pontos. Há vários escapamentos que ficam para trás na beira da estrada. Evite percorrê-la à noite ou sob chuva. Lembre-se que não há sinal de celular para pedir ajuda, portanto, não exija demais de seu veículo, não quebre!
Cachoeiras: reserve um tempo para elas!
Após cerca de 5 quilômetros, você chegou à Cachoeira do Perequê (GPS: -24.374420, -47.067656), com uma linda formação de piscina natural de água límpida. Ótimo local para uma refrescada. Aproveite para conhecer o local, tomar algum líquido, banheiro, comer e até comprar repelentes naturais à base de citronela produzidos pelos habitantes locais. Pechinche! Sugiro curtir o local por uma hora.
Seguindo viagem por mais um quilômetro, chega-se ao portal de entrada da Estação Ecológica da Juréia-Itatins (GPS: -24.379305, -47.078178). Os guardas param todos os carros e perguntam se você vai para a Cachoeira ou para a Praia. Você pode pedir folhetos informativos ali. Peça também uma permissão para visitar a praia do Juquiazinho.
Seguindo por mais outro quilômetro, chega-se a uma bifurcação com uma plaquinha simples: à esquerda, Barra do Una; à direita, Cachoeira do Paraíso. Sugiro seguir para a Cachoeira do Paraíso (5 km), que realmente é algo paradisíaco. Há muitas regras de Proteção Ambiental em vigor ali. Há um estacionamento e algumas vendinhas de comércio.
Por lá, há o Camping do Sossego para quem quiser explorar o local por mais tempo.
Continuando, volte os 5 km até a bifurcação e vire à direita, seguindo a estrada por 10 km até o vilarejo do Una.
Caramborê e Desertinha: praias quase desertas
No caminho, pode-se avistar a praia deserta do Caramborê, onde há o Camping MM Maria Prata, único camping da praia. No lado leste da praia, há uma trilha que leva à praia Desertinha que – o nome já diz – é deserta e pequenina, com apenas 220 metros de areia. Deixando o carro (pagando) no MM, pode-se acampar ‘selvagem’ na Desertinha para uma noite de aventura. Ou depois, pela Barra do Una, caminhe pelo costão rochoso, atravesse o Caramborê e faça a trilha até a Desertinha.
Vila Barra do Una: uma praia com muitos campings
O local oferece vários campings de estilos e preços variados. Sugiro que visite todos e veja o que está mais adequado às suas necessidades. Sugiro também que pague as diárias antecipadamente para ter um controle melhor do dinheiro. Se a grana acaba, não há caixas eletrônicos, e não se aceitam cheques e cartões.
Ao chegar ao vilarejo da Barra do Una, logo à direita está o Camping, Pousada e Restaurante do Porto. Descendo a rua principal em direção à praia, chega-se à chamada Av. Beira Mar, onde estão localizados nove campings: Juréia Camping, Camping Novo Horizonte, Camping Beira Mar, Camping Bar do Zeca, Camping Gostosa Mania, Camping Raio de Sol, Camping e Pousada Diva, Camping do Peder e Camping Tia Lola.
Saiba que dos campings não é possível ver a praia – é necessário atravessar uma faixa de 80 metros de vegetação para chegar à areia. A praia é belíssima, com águas transparentes, areia clara, mar limpo e pouco agito. Observe também o ponto onde o mar encontra o rio Una, formando uma bela paisagem. É possível realizar passeios de barco pelas ilhas próximas e canoagem no rio – uma experiência imperdível!
Praia do Juquiazinho: no caminho de volta
Após conhecer as praias da Barra do Una, do Caramborê e Desertinha, chegou a hora de ir à praia do Juquiazinho, retornando cerca de 4 km pela estrada do Una (GPS: -24.423608, -47.051987). De lá, são 3.500 metros até o Juquiazinho. Se, por acaso, não conseguir permissão dos guardas para visitar a praia, há possibilidade de chegar ao Juquiazinho por trilhas desde o Guaraú (veja indicações mais abaixo).
Guaraú: de volta à civilização
Após conhecer as belezas da extremidade sul de Peruíbe dentro da Juréia, é hora de retornar à civilização. Tome toda a estrada da Barra do Una de volta ao Guaraú, chegando pelo Camping e Mercado da Vovó e o centrinho do Guaraú. Há sinal de celular e vários comércios que aceitam cartão de crédito e débito. Apesar de estar dentro da área da Juréia, o bairro não dá uma impressão de afastamento da civilização, mas mesmo assim, é um local muito bonito e a praia ainda possui um aspecto selvagem.
Chegando na praia do Guaraú, na avenida que dá de cara com o mar, há três campings: Camping del Gringo, Camping do Kojak e Canoa Camping e Restaurante.
Sugestão Gastronômica: saboreie a maravilhosa cozinha da Mamma Lina (GPS: -24.365564, -47.015687), na Av. Comendador Elvino Malagoli, 643. Oferece pizza na pedra e outros pratos com temperos extravagantes, e aceita cartões.
No interior do bairro do Guaraú, há ainda o Camping do Balça (GPS: -24.372421, -47.020059), que possui uma passarela sobre o rio que liga o bairro ao lado oeste e mais pacato da praia.
Trilhas do Guaraú ao Juquiazinho: 5 praias desertas
Obs: Informe-se sobre a necessidade de guias para fazer essa trilha.
Esta é uma aventura para trekkers e mochileiros campistas. As trilhas são bem definidas, há várias nascentes de água no caminho e é possível fazer camping selvagem.
O início se dá no lado oeste da praia do Guaraú, onde se encontra a foz do rio Guaraú.
Para começar a trilha, é preciso atravessar o rio de barco para a praia do Guarauzinho (850 m de comprimento). Conheça a praia, visite a linda cachoeira e encontre as indicações para a trilha à praia do Arpoador (950 m). Esta praia deserta tem seis canais de água vindos das nascentes ao pé do morro e termina num imenso paredão rochoso – ali está a trilha que passa por trás desta montanha rochosa e liga esta à outra deserta praia de Parnapuã (800 m). No sul da praia, encontra-se outra trilha que liga à praia Brava (300 m). Encontre a trilha que liga, finalmente, à praia do Juquiazinho.
Desta, você pode pegar a trilha (3.500 m) que leva à estrada para a Barra do Una e tomar um ônibus de volta ao Guaraú. Pelo que soube, o ônibus só passa duas vezes por dia – portanto, programe-se com antecedência. Ou arrisque uma carona. Ou ainda retorne todo o caminho por onde veio e reaproveite todo o percurso.
Em suma, a região da Juréia é quase intocada pelo homem. Pode-se ter uma clara ideia de como era o Brasil da ocupação humana desenfreada. As belezas estão em toda parte, com pequenas plantas, flores, o canto dos pássaros, animais que passam tranquilamente, insetos de todos os tipos (borboletas, vaga-lumes), o relevo, os vários tons de mata verde, e as lindas e virgens praias.
Na natureza, a satisfação vem de forma simples. Basta apreciá-la.
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