Parte 1 – Praia do Iriri
Paraty é um daqueles lugares em que, mesmo morando na cidade, um ano é pouco para conhecer todos os atrativos. O centro histórico, as praias, as cachoeiras, as trilhas pela Mata Atlântica. Nem o próprio site da cidade consegue descrever todos os pontos turísticos e esse não é meu objetivo, pelo menos não nesse post.
Da última vez que visitei a cidade, no festival de jazz, não cabia mais gente pelas ruas de pedra. Minha esposa há tempos queria conhecer a Ilha do Pelado e parecia uma boa ideia fugir para uma ilha deserta.
Nós sabíamos que precisávamos chegar a praia de São Gonçalinho e pagar um barqueiro para alcançar o nosso destino. Mas, infelizmente poucas praias da orla de Paraty possuem sinalização, o que nos forçou a ir parando ao longo da estrada a procura do lugar certo. A cada quilometro encontramos carros parados em pequenos estacionamentos improvisados perto da entrada de trilhas que atravessam algumas dezenas de metros de Mata Atlântica antes de chegar a praia.
Em uma dessas andanças conhecemos a Praia do Iriri, ou Iririguaçu. Sua entrada fica no Km 544,5 da Rio Santos (a 26km do trevo de Paraty – sentido Angra dos Reis) e exige uma caminhada de aproximadamente 15 minutos por uma trilha de pouca dificuldade mas rica em exemplares da Mata Atlântica. É aquela trilha que dá pra fazer de chinelo, mas devagar e em silêncio para ouvir os pássaros que proporcionam em show de cantos e cores, além das borboletas que sempre marcam presença por lá.
A praia em si deve ter um pouco menos de um quilometro de extensão com uma razoável faixa de areia, árvores e arbustos proporcionando ótimas sombras e um rio de águas transparentes desembocando no canto norte. Sem ondas, sem vendedores ambulantes, sem autofalantes automotivos. As gaivotas são suas únicas companheiras. Sim, estamos falando de uma praia deserta, por isso leve sua comida e bebida e leve o seu lixo contigo, pois não tem quiosque nem lixeira. Mesmo nesse feriado lotado no centro da cidade, não havia nenhum turista na praia!
Vale lembrar que do outro lado da Rodovia existe a entrada pra outra trilha, essa bem mais curta, que leva a cachoeira do Iriri, com duas quedas de 4 e 2 metros de altura, além de piscinas naturais de água transparente.
No final das contas não estávamos tão longe da Praia de São Gonçalinho. Essa já é mais frequentada pelos turistas, com barracas, quiosques, caixas de som… Também no canto Norte desemboca o Rio São Gonçalo, com um camping bem simples na outra margem. Por 15 reais conseguimos nossa carona para a Ilha do Pelado, que fica uns 900m da costa da Praia, possui 108.000 m2 com 4 praias rasas e uma fonte de água natural escondida em maio a mata. É a única que ainda possui um quiosque improvisado incrustado em suas pedras, sendo que o IBAMA já retirou todos os vendedores das outras ilhas vizinhas e, segundo o nosso barqueiro, já havia autuado esse bar sobrevivente.
Como fotógrafo de natureza e amante de praia limpa, fico muito incomodado com essas instalações precárias de bares e restaurantes nas faixas de areia. Geralmente possuem péssimas condições de higiene, pois não existe infra estrutura de água tratada, além do esgoto e o lixo ser despejado in natura direto no meio ambiente (rios e areias vizinhas). O grande problema, é que o turista brasileiro não se incomoda com essas questões sanitárias e ambientais, desde de que a sua comodidade não seja afetada. Por tudo isso, recomendo novamente a levar sua comida e bebida se for desfrutar da ilha. E esse é um passeio que vale a pena.
Esse texto é um relato informativo de Gualter Pedrini, baseado em suas vivências na região. Será dividido em diversas partes. Acesse aqui para ver todas as partes já publicadas.
Mais fotos de Paraty: https://www.facebook.com/bocasaovento
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